
No próximo dia 1º de fevereiro, a Praia Central de Balneário Camboriú receberá a 27ª Homenagem à Iemanjá, no Pontal Norte. Organizado pelo templo de Umbanda Reino de Juna Bomy, o evento celebra a cultura e as religiões de matriz africana, marcando também um novo capítulo na relação entre o poder público e a diversidade religiosa na cidade. Com a chegada da prefeita Juliana Pavan (PSD) ao comando do município, a postura diante de eventos religiosos mudou significativamente, especialmente em comparação aos últimos oito anos de gestão de Fabrício Oliveira (PL).
Um governo que (finalmente) respeita o estado laico
O apoio da Fundação Cultural e da prefeitura à festa de Iemanjá reflete algo que não era prioridade em Balneário Camboriú nos últimos anos: o respeito ao estado laico, garantido pela Constituição. Durante os dois mandatos de Fabrício Oliveira, conhecido pelo alinhamento com grandes igrejas neopentecostais, eventos que não condiziam com sua fé enfrentaram dificuldades frequentes.
O caso da homenagem à Iemanjá é emblemático. Nos últimos anos, solicitações básicas, como a disponibilização de palco e som, eram negadas, prejudicando a organização do evento e deixando claro a falta de atenção à pluralidade cultural e religiosa. Este ano, porém, palco, som e diálogo foram prontamente disponibilizados pelo governo de Juliana Pavan, marcando uma nova postura de acolhimento.
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“O estado laico não é sobre favorecer nenhuma religião, mas garantir que todas tenham espaço. Estamos vendo, pela primeira vez em anos, um governo que parece entender isso”, comentou um frequentador do evento, satisfeito com as mudanças.
Itajaí: um cenário diferente para a Caminhada de Iemanjá
Enquanto Balneário Camboriú demonstra abertura e diálogo, a tradicional Caminhada de Iemanjá em Itajaí enfrenta desafios para sua realização. Este ano, a organização do evento precisou recorrer à Justiça para garantir sua realização em Cabeçudas. A questão envolve dificuldades administrativas que, segundo os organizadores, vêm sendo enfrentadas ao longo dos últimos anos.
O líder religioso André Trindade, responsável pela caminhada, menciona que há entraves no processo de liberação do evento, mas se mantém esperançoso de que uma solução será encontrada. Apesar das adversidades, a Caminhada de Iemanjá continua como um símbolo de resistência e fé, reforçando a importância de celebrar a diversidade religiosa.
Diversidade religiosa é progresso, não ameaça
Com a 27ª Homenagem à Iemanjá em Balneário Camboriú, fica claro que eventos culturais e religiosos de matriz africana podem crescer e serem respeitados. A postura do governo atual na cidade é um exemplo de como a valorização da diversidade é um ganho para toda a sociedade.
Que este momento de celebração inspire outras cidades da região a refletirem sobre a importância de fortalecer o diálogo entre culturas e religiões, promovendo o respeito e a união que fazem parte da essência do Brasil.