Justiça é acionada para garantir Caminhada de Iemanjá em Itajaí

Evento tradicional de Cabeçudas enfrenta resistência da prefeitura
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Tihh Gonçalves
Foto: Divulgação/Internet.

Pai de santo luta pelo direito de manter tradição de matriz africana

O pai de santo , líder religioso em Cabeçudas, recorreu à Justiça para assegurar a realização da 10ª edição da Caminhada de , prevista para o dia 2 de fevereiro, data dedicada à Rainha do Mar. Dificuldades administrativas junto à levaram André a tomar medidas legais para evitar a interrupção da celebração.

Em decisão publicada nesta quinta-feira (23), a juíza Francielli Stadtlober Borges Agacci determinou que a Secretaria de Planejamento Urbano apresente, em até 48 horas, justificativas sobre a demora na análise do pedido. Segundo os autos, o processo ficou paralisado de 3 de dezembro de 2024 até 14 de janeiro deste ano, impedindo o avanço na organização da caminhada.

Acusações de perseguição

O advogado Fábio Machado, representante do pai de santo, alega que o evento enfrenta obstáculos há três anos, devido à atuação de uma funcionária da Secretaria de Urbanismo. Ele classifica as exigências como infundadas e atribui as dificuldades a um caso de intolerância religiosa e racial.

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“É uma perseguição religiosa, o que, nesse caso, também carrega um viés racial. Não há embasamento legal nas exigências impostas para a realização da caminhada”, declarou Fábio.

No ano anterior, o evento foi realizado graças ao apoio de outras secretarias municipais. Este ano, o advogado entrou com um mandado de segurança para garantir a liberação da praia e aguarda uma decisão liminar que permita a realização da festa.

A Prefeitura de afirmou que está analisando o caso e deve se manifestar até esta sexta-feira.

Uma luta contra o preconceito

Idealizada por André Trindade há dez anos, a Caminhada de Iemanjá surgiu como uma forma de combater o preconceito religioso em Cabeçudas. Inspirado na Caminhada da Pedra de Xangô, realizada em Salvador, o evento promove o respeito às religiões de matriz africana, além de valorizar suas tradições.

Ao longo do tempo, a celebração se expandiu e passou a incluir apresentações culturais, exaltando os orixás e outras entidades da umbanda.

“A caminhada é um espaço de união, respeito e valorização da diversidade religiosa”, reforçou André.

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