
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) está no centro de uma nova controvérsia: entre janeiro de 2023 e maio de 2025, ela utilizou R$ 70,4 mil da cota parlamentar para viagens ao Ceará — local onde vive seu marido, o coronel Aginaldo Oliveira.
Como foi possível esse gasto?
Foram identificadas 72 viagens com destino ao Aeroporto Internacional de Fortaleza. Embora os parlamentares possam usar a cota para viagens ligadas ao mandato, as regras exigem que os deslocamentos tenham vínculo direto com a atividade parlamentar. A Câmara permite que bilhetes sejam pagos pelo deputado e reembolsados após apresentação de nota fiscal — mesmo que o destino exato não seja fiscalizado.
O ano de 2024 concentrou o maior gasto: R$ 34 mil em passagens, período em que Oliveira disputou (sem sucesso) a Prefeitura de Caucaia, no Ceará. Zambelli justificou o uso da verba afirmando ser uma parlamentar de “projeção nacional” e alegou ter residência no estado.
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Quem é Carla Zambelli?
Zambelli foi eleita deputada federal por São Paulo e ganhou notoriedade como uma das principais vozes da direita bolsonarista no Congresso. Conhecida por suas posições extremadas e embates com adversários políticos, ela foi condenada em 2025 pelo STF a 10 anos de prisão e perda de mandato por contratar o hacker Walter Delgatti. O objetivo: invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça e inserir um falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes.
Deputada foragida
Após a condenação, Zambelli deixou o país e atualmente está na Itália — país onde possui cidadania. Seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol. A parlamentar tirou licença de 127 dias do mandato, sendo 7 dias para tratamento de saúde e 120 dias para “assuntos particulares”. O marido, Aginaldo Oliveira, chegou a se afastar do cargo de secretário de Segurança de Caucaia para acompanhá-la.
Por que isso importa?
O caso escancara o uso flexível (e muitas vezes questionável) da cota parlamentar, um dos maiores símbolos das chamadas “verbas de gabinete”. Mesmo diante de uma condenação criminal, a deputada continuou utilizando recursos públicos. Para muitos, o episódio reforça a urgência de mecanismos de controle e transparência mais eficazes.
E agora?
O STF ainda analisa recursos apresentados pela defesa de Zambelli. Enquanto isso, cresce a pressão pública por mais fiscalização e revisão das regras sobre o uso de verbas parlamentares. A Câmara, até agora, não anunciou medidas concretas sobre o caso.
Este café foi servido com informações do UOL.