Conclave mode on

Vaticano inicia conclave para eleger novo Papa

Capela Sistina foi lacrada nesta terça-feira (7) e 133 cardeais iniciaram as votações para definir o próximo líder da Igreja Católica após a morte de Francisco
Tihh Gonçalves
Cardeais participam de missa em memória do falecido Papa Francisco na Basílica de São Pedro, Cidade do Vaticano, 30 de abril de 2025. (Foto: Reprodução)

Capela Sistina trancada, cardeais isolados e olhos do mundo voltados para uma chaminé: começou nesta terça-feira (7) o que vai escolher o novo líder da . O processo teve início com a tradicional missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, seguida do juramento de silêncio e recolhimento dos 133 cardeais eleitores.

A escolha se dá após a morte do , no último dia 21 de abril. Desde então, o se organiza para o ritual que mistura liturgia, tradição e articulações políticas internas. Agora, é questão de tempo (e votações) até a fumaça branca anunciar o novo pontífice.

Um ritual com séculos de história

A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave” — e não é à toa. Desde 1274, os cardeais são trancados para evitar interferências externas na escolha. O local é sempre a Capela Sistina, cenário das decisões mais importantes da Igreja, rodeada pelos afrescos de Michelangelo e por um esquema de segurança que corta qualquer conexão com o mundo.

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Tudo isso remonta à sucessão de São Pedro, considerado o primeiro Papa. É como se, simbolicamente, cada eleição fosse uma reafirmação da autoridade espiritual iniciada há dois milênios.

Como funciona a eleição do Papa

Durante o conclave, acontecem até quatro votações por dia: duas pela manhã (por volta das 5h e 7h no horário de Brasília) e duas à tarde (por volta das 12h e 14h). Mas no primeiro dia — como é o caso desta terça-feira (7) — os cardeais realizam apenas uma votação, no período da tarde, após a missa de abertura e o juramento de sigilo.

Cada cardeal escreve um nome em um pedaço de papel, dobra, entrega e reza. Para que alguém seja eleito, precisa conquistar dois terços dos votos — no caso atual, 89.

Depois de cada votação, as cédulas são queimadas em um forno com substâncias químicas. A fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina informa ao mundo se o novo Papa foi escolhido. Preta, nada feito. Branca, temos um novo líder espiritual para 1,3 bilhão de católicos.

Quem são os favoritos?

A lista de possíveis eleitos mistura tradição europeia com o peso crescente de igrejas fora do continente. Entre os mais cotados estão:

  • Pietro Parolin (Itália) – atual secretário de Estado do Vaticano, nome forte da ala diplomática;
  • Luis Antonio Tagle (Filipinas) – visto como herdeiro ideológico de Francisco;
  • Robert Prevost (EUA) – experiente em governança e pastoral;
  • Péter Erdő (Hungria) – conservador, ligado à tradição europeia;
  • Robert Sarah (Guiné) – representante da ala africana e conservadora.

Quando saberemos o resultado?

Não há prazo definido. O conclave pode durar de um dia a semanas, dependendo da convergência entre os cardeais. Até lá, os fiéis acompanham atentos a chaminé, as apostas e os sinais que escapam do silêncio do Vaticano. Quando a fumaça branca subir, o mundo inteiro vai ouvir o tradicional anúncio: Habemus Papam.

“Aceito a eleição canônica e escolho o nome…” — essa será a frase do novo Papa ao assumir, como manda o protocolo, antes mesmo de aparecer na sacada da Basílica para sua primeira bênção.

Quem serviu esse café?

Tihh Gonçalves

É jornalista no Café News. Acompanha os bastidores no fogo baixo e publica quando a fervura sobe.

Também assina a coluna Café de Segunda — amargo, ácido e passado na hora errada.

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