Conclave mode on

Vaticano inicia conclave para eleger novo Papa

Capela Sistina foi lacrada nesta terça-feira (7) e 133 cardeais iniciaram as votações para definir o próximo líder da Igreja Católica após a morte de Francisco

tihhgoncalves 07 de janeiro de 2025

Cardeais participam de missa em memória do falecido Papa Francisco na Basílica de São Pedro, Cidade do Vaticano, 30 de abril de 2025. (Foto: Reprodução)
Cardeais participam de missa em memória do falecido Papa Francisco na Basílica de São Pedro, Cidade do Vaticano, 30 de abril de 2025. (Foto: Reprodução)

Capela Sistina trancada, cardeais isolados e olhos do mundo voltados para uma chaminé: começou nesta terça-feira (7) o conclave que vai escolher o novo líder da Igreja Católica. O processo teve início com a tradicional missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, seguida do juramento de silêncio e recolhimento dos 133 cardeais eleitores.

A escolha se dá após a morte do Papa Francisco, no último dia 21 de abril. Desde então, o Vaticano se organiza para o ritual que mistura liturgia, tradição e articulações políticas internas. Agora, é questão de tempo (e votações) até a fumaça branca anunciar o novo pontífice.

Um ritual com séculos de história

A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave” — e não é à toa. Desde 1274, os cardeais são trancados para evitar interferências externas na escolha. O local é sempre a Capela Sistina, cenário das decisões mais importantes da Igreja, rodeada pelos afrescos de Michelangelo e por um esquema de segurança que corta qualquer conexão com o mundo.

Tudo isso remonta à sucessão de São Pedro, considerado o primeiro Papa. É como se, simbolicamente, cada eleição fosse uma reafirmação da autoridade espiritual iniciada há dois milênios.

Como funciona a eleição do Papa

Durante o conclave, acontecem até quatro votações por dia: duas pela manhã (por volta das 5h e 7h no horário de Brasília) e duas à tarde (por volta das 12h e 14h). Mas no primeiro dia — como é o caso desta terça-feira (7) — os cardeais realizam apenas uma votação, no período da tarde, após a missa de abertura e o juramento de sigilo.

Cada cardeal escreve um nome em um pedaço de papel, dobra, entrega e reza. Para que alguém seja eleito, precisa conquistar dois terços dos votos — no caso atual, 89.

Depois de cada votação, as cédulas são queimadas em um forno com substâncias químicas. A fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina informa ao mundo se o novo Papa foi escolhido. Preta, nada feito. Branca, temos um novo líder espiritual para 1,3 bilhão de católicos.

Quem são os favoritos?

A lista de possíveis eleitos mistura tradição europeia com o peso crescente de igrejas fora do continente. Entre os mais cotados estão:

  • Pietro Parolin (Itália) – atual secretário de Estado do Vaticano, nome forte da ala diplomática;

  • Luis Antonio Tagle (Filipinas) – visto como herdeiro ideológico de Francisco;

  • Robert Prevost (EUA) – experiente em governança e pastoral;

  • Péter Erdő (Hungria) – conservador, ligado à tradição europeia;

  • Robert Sarah (Guiné) – representante da ala africana e conservadora.

Quando saberemos o resultado?

Não há prazo definido. O conclave pode durar de um dia a semanas, dependendo da convergência entre os cardeais. Até lá, os fiéis acompanham atentos a chaminé, as apostas e os sinais que escapam do silêncio do Vaticano. Quando a fumaça branca subir, o mundo inteiro vai ouvir o tradicional anúncio: Habemus Papam.

“Aceito a eleição canônica e escolho o nome…” — essa será a frase do novo Papa ao assumir, como manda o protocolo, antes mesmo de aparecer na sacada da Basílica para sua primeira bênção.