
Capela Sistina trancada, cardeais isolados e olhos do mundo voltados para uma chaminé: começou nesta terça-feira (7) o conclave que vai escolher o novo líder da Igreja Católica. O processo teve início com a tradicional missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, seguida do juramento de silêncio e recolhimento dos 133 cardeais eleitores.
A escolha se dá após a morte do Papa Francisco, no último dia 21 de abril. Desde então, o Vaticano se organiza para o ritual que mistura liturgia, tradição e articulações políticas internas. Agora, é questão de tempo (e votações) até a fumaça branca anunciar o novo pontífice.
Um ritual com séculos de história
A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave” — e não é à toa. Desde 1274, os cardeais são trancados para evitar interferências externas na escolha. O local é sempre a Capela Sistina, cenário das decisões mais importantes da Igreja, rodeada pelos afrescos de Michelangelo e por um esquema de segurança que corta qualquer conexão com o mundo.
Não perca tempo e entre no nosso grupo do WhatsApp! Lá você recebe todas as novidades fresquinhas, direto da máquina de café, antes de todo mundo.
Tudo isso remonta à sucessão de São Pedro, considerado o primeiro Papa. É como se, simbolicamente, cada eleição fosse uma reafirmação da autoridade espiritual iniciada há dois milênios.
Como funciona a eleição do Papa
Durante o conclave, acontecem até quatro votações por dia: duas pela manhã (por volta das 5h e 7h no horário de Brasília) e duas à tarde (por volta das 12h e 14h). Mas no primeiro dia — como é o caso desta terça-feira (7) — os cardeais realizam apenas uma votação, no período da tarde, após a missa de abertura e o juramento de sigilo.
Cada cardeal escreve um nome em um pedaço de papel, dobra, entrega e reza. Para que alguém seja eleito, precisa conquistar dois terços dos votos — no caso atual, 89.
Depois de cada votação, as cédulas são queimadas em um forno com substâncias químicas. A fumaça que sai pela chaminé da Capela Sistina informa ao mundo se o novo Papa foi escolhido. Preta, nada feito. Branca, temos um novo líder espiritual para 1,3 bilhão de católicos.
Quem são os favoritos?
A lista de possíveis eleitos mistura tradição europeia com o peso crescente de igrejas fora do continente. Entre os mais cotados estão:
- Pietro Parolin (Itália) – atual secretário de Estado do Vaticano, nome forte da ala diplomática;
- Luis Antonio Tagle (Filipinas) – visto como herdeiro ideológico de Francisco;
- Robert Prevost (EUA) – experiente em governança e pastoral;
- Péter Erdő (Hungria) – conservador, ligado à tradição europeia;
- Robert Sarah (Guiné) – representante da ala africana e conservadora.
Quando saberemos o resultado?
Não há prazo definido. O conclave pode durar de um dia a semanas, dependendo da convergência entre os cardeais. Até lá, os fiéis acompanham atentos a chaminé, as apostas e os sinais que escapam do silêncio do Vaticano. Quando a fumaça branca subir, o mundo inteiro vai ouvir o tradicional anúncio: Habemus Papam.
“Aceito a eleição canônica e escolho o nome…” — essa será a frase do novo Papa ao assumir, como manda o protocolo, antes mesmo de aparecer na sacada da Basílica para sua primeira bênção.