8 anos pra isso?

Júri absolve mãe acusada de matar filha em Penha e padrasto não comparece ao julgamento

Mesmo com digitais em faca, relatos de abuso e versões contraditórias, júri popular absolve mãe de menina morta a facadas em Penha; decisão será contestada pelo Ministério Público

Redação Café News 09 de janeiro de 2025

Foto: Internet/Reprodução.
Foto: Internet/Reprodução.

Decisão que absolveu Bruna Aymone, acusada da morte da filha Júlia Luany, revolta e levanta debate sobre os limites da Justiça quando faltam certezas absolutas, mesmo com provas pesando contra.

Depois de oito anos de investigações, versões trocadas, perícias e reviravoltas, o Tribunal do Júri de Balneário Piçarras inocentou Bruna Cristiane Reinlein Aymone, acusada de matar a própria filha de 12 anos, em Penha, no ano de 2015. O padrasto, Nilton César Vieira, também apontado como envolvido, foi considerado revel por não comparecer ao julgamento.

Júlia foi morta a facadas numa casa isolada onde o casal trabalhava como caseiro.** A denúncia do Ministério Público sustentava que os dois agiram juntos: um segurando a vítima enquanto o outro esfaqueava.** Versões contraditórias, digitais com sangue numa faca e até suspeitas de abuso sexual faziam parte dos autos. Nada disso convenceu o júri.

Contradições, frieza e um invasor imaginário

Bruna e Nilton chegaram a culpar um suposto invasor, que nunca existiu. Testemunhas relataram a calma incomum da mãe diante do corpo da filha. A perícia apontava que a faca foi empunhada em posição de ataque. Ainda assim, a defesa argumentou que não havia prova direta e que o comportamento de Bruna podia ser explicado por seu perfil psicológico.

O Conselho de Sentença entendeu que não havia elementos suficientes para uma condenação “além de qualquer dúvida razoável” — e decidiu pela absolvição.

“Ela foi absolvida mesmo com provas indiciárias fortes. Isso diz muito sobre como a dúvida pesa no Tribunal do Júri” — comentou, em off, um servidor do sistema de Justiça.

Ministério Público não engoliu a decisão

Para o MP, o crime foi premeditado e tinha motivação torpe: ciúmes de Bruna em relação à filha. A promotoria afirmou que vai recorrer da decisão com base na tese de que o júri ignorou as provas apresentadas. Se o recurso for aceito, um novo julgamento pode ser marcado.

Enquanto isso, a pergunta que paira em Penha é: quem vai responder por Júlia?