Poucas horas após a exoneração da diretora-geral Andressa Hadad, a Prefeitura de Balneário Camboriú anunciou a reestruturação completa na gestão do Hospital Municipal Ruth Cardoso. A secretária de Saúde, Aline Leal, assumiu interinamente a direção da unidade nesta terça-feira (29), acumulando os dois cargos enquanto o governo prepara uma nova configuração administrativa para o hospital.
A troca no comando veio após a morte de um recém-nascido durante o parto na unidade, fato que gerou forte repercussão pública e abriu uma série de investigações e sindicâncias. Agora, o município aposta em uma reformulação mais ampla.
Medidas de curto e médio prazo
Além da mudança na direção, a Secretaria de Saúde anunciou que novas substituições devem ocorrer ainda nesta semana na equipe diretiva do hospital. O objetivo, segundo o município, é fortalecer os serviços prestados à população e melhorar os fluxos de atendimento — especialmente na maternidade.
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Entre as medidas práticas está o envio à Câmara de um Projeto de Lei para contratar profissionais ACTs com vínculo de dois anos, garantindo mais estabilidade às equipes. Também será criada uma nova função de diretor clínico obstétrico, voltada exclusivamente para o setor da maternidade.
A prefeitura também vai lançar uma nova licitação para a gestão do Centro Obstétrico. O contrato emergencial atual poderá ser rescindido, e o contrato vigente desde 2020 será alvo de auditoria interna feita pela Controladoria Geral do Município.
“O Ruth é referência e precisamos garantir que cada paciente se sinta acolhido. Estamos revendo processos, estrutura e equipes para um atendimento mais eficiente e humanizado”, disse Aline Leal.
Certificação e nova licitação para gestão
Outra iniciativa anunciada é a preparação do hospital para buscar a certificação da ONA (Organização Nacional de Acreditação), que avalia qualidade, estrutura e segurança no atendimento. A meta é consolidar o Ruth Cardoso como referência regional com base em critérios técnicos e de boas práticas assistenciais.
Ainda em 2025, a prefeitura pretende lançar uma nova licitação para a gestão geral da unidade. A tentativa anterior, iniciada em 2023, foi desconsiderada após pareceres do Ministério Público e do Tribunal de Contas, que apontaram problemas técnicos e inviabilidade financeira no processo.
Com a exoneração no topo e ajustes em curso, o recado da gestão é claro: o hospital passa por um novo diagnóstico — e a cirurgia começou pelo comando.
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