Escândalo em Itapema: ex-prefeita é acusada de esquema turístico e tentativa de uso do Centro de Autismo como fachada

Abertura de CEI vai investigar exploração irregular do Molhe do Rio Bela Cruz e possíveis ganhos ilícitos de agentes públicos
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Tihh Gonçalves
Foto: Divulgação/Internet

Um esquema que envolve interesses políticos, exploração turística e uma estratégia polêmica com o Centro de Autismo veio à tona em . A ex-prefeita (PL) e o vereador (PP) são acusados de articular um plano para obter vantagens financeiras através da revitalização do . O caso foi exposto durante a primeira sessão ordinária da , nesta terça-feira (4), pelos parlamentares Saul Ramos (PP) e André Oliveira (Novo).

A construção e a concessão suspeita

A estrutura do Molhe do Rio Bela Cruz foi construída sob justificativa de urgência, devido ao alto volume de chuvas na cidade, e custou aproximadamente R$ 14 milhões. A obra, que visava a prevenção de enchentes, acabou sendo incluída no programa “Adote uma área pública” e revitalizada por uma empresa do próprio vereador Lindiomir Galisa, que também atua no setor de passeios náuticos.

O problema? Durante o período da revitalização, Galisa assumiu uma cadeira na Câmara, o que levanta suspeitas de conflito de interesses. Após a reforma, foi instalado um píer e um guichê para venda de bilhetes de passeios turísticos – ambos sendo explorados economicamente pelo próprio vereador. De acordo com as denúncias, tudo estava operando sem alvará.

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O caso também revela uma reunião entre empresários, a ex-prefeita, seu irmão Patrick Simas, o advogado do município João José da Cruz Neto, a secretária de Turismo Noeli Thomé e Antonio Crispim, onde discutiram maneiras de manter a exploração do local sem riscos de intervenção legal.

A ex-prefeita de Itapema, Nilza Simas (PL), ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL). Foto: Divulgação/Internet

A polêmica envolvendo o Centro de Autismo

O ponto mais chocante do caso foi a sugestão da ex-prefeita Nilza Simas sobre como garantir a permanência da bilheteria no local. Segundo gravações e relatos, Nilza propôs o uso do Centro de Autismo como fachada administrativa para a venda de ingressos.

“Se colocarmos o Centro de Autismo, ninguém nunca mais tira. É uma causa nobre, e quem administra a bilheteria é o centro, que fica à parte”, teria dito a ex-prefeita, conforme as denúncias.

A declaração gerou indignação entre os parlamentares, especialmente André Oliveira, que denunciou o esquema de uso da APAE e do Centro de Autismo para afastar investigações do Ministério Público.

Investigação e desdobramentos

Diante da gravidade das acusações, a Câmara instaurou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar as possíveis irregularidades. O foco da investigação será tanto a concessão do Molhe do Rio Bela Cruz quanto a suspeita de ganhos ilícitos por parte de agentes públicos.

A ex-prefeita e os envolvidos ainda não se pronunciaram sobre as denúncias. No entanto, a pressão política cresce, e a população de Itapema aguarda respostas sobre o escândalo que envolve interesses políticos, dinheiro público e até o nome do Centro de Autismo.

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