Intolerância em cena

Cidades do Sul cancelam shows do Ira! após vocalista se posicionar contra bolsonaristas

Shows em Jaraguá do Sul, Blumenau, Caxias e Pelotas foram cancelados após declaração política do vocalista Nasi
Redação Café News
Foto: Divulgação.

Quatro cidades da região Sul cancelaram apresentações da banda depois que o vocalista pediu que apoiadores de deixassem a plateia durante um show em Minas Gerais. A decisão, tomada sob pressão de parte do público e patrocinadores, acendeu um alerta: o preço da liberdade de expressão no Brasil parece estar cada vez mais alto — especialmente quando o microfone desafina a ideologia dominante.

As apresentações estavam marcadas para , , e entre os dias 30 de abril e 3 de maio. Todas foram canceladas após o episódio em Contagem (MG), onde o cantor gritou “sem anistia” e foi vaiado. A resposta de Nasi foi direta:

“Tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira!”. A banda, conhecida justamente por sua postura crítica, virou alvo de boicotes.

A produtora responsável, , alegou “desistência de patrocinadores” e “risco claro de não progressão das vendas”. Mas a entrelinha grita: não se trata de logística — é intolerância. O mesmo grupo que rejeita qualquer crítica à sua figura política agora rejeita até o som que não ecoa sua bolha.

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“Os artistas deveriam subir ao palco apenas para apresentar suas músicas e talentos”, diz trecho da nota da produtora.

Mas como ignorar que a arte, especialmente o rock, sempre foi política? Esperar neutralidade de uma banda como o Ira! é, no mínimo, desconhecer sua essência. O que assusta mesmo não é o grito de “sem anistia”, mas a tentativa de calar quem ainda tem coragem de gritar.

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