
Enquanto o palco ganhava vida com personagens como Curupira, Iara e Saci, nos bastidores duas artistas escreviam juntas uma nova história para a cena cultural de Camboriú.
Suelen Jönck e Julia Yuki são as mentes e mãos por trás de “A Aliança dos Guardiões”, musical que mistura teatro, dança e música para contar uma história sobre a importância de proteger a floresta e valorizar o folclore brasileiro.
Entre a arte e o propósito
Suelen é estudante de Artes Cênicas na UDESC, bailarina, atriz, cantora, professora e uma verdadeira força criativa. Foi ela quem escreveu o roteiro, criou os figurinos, cuidou da trilha sonora e da iluminação. Uma missão intensa, que ela abraçou com paixão.
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“Esse projeto surgiu de uma vontade que eu tive depois de realizar um outro projeto que foi de oficina, pela Lei Paulo Gustavo. Naquele, eu tinha como objetivo o processo. Nesse segundo, eu queria apresentar um resultado final. Aí veio a ideia do teatro musical, que é algo que eu gosto muito. Como estudo dança e agora estou cursando licenciatura em artes cênicas, não poderia ser diferente.”

A escolha do tema veio rápido:
“Pensamos em temas relevantes pra sociedade. E a sustentabilidade surgiu de primeira. Aí tivemos a ideia de juntar isso com o folclore. Os personagens já têm essa relação com a natureza. O Curupira, a Iara, o Saci… todos têm esse papel de proteger a floresta.”
Dança como linguagem e afeto
Julia Yuki assina a produção do espetáculo e foi responsável pela preparação corporal e coreografias, com destaque para o grupo de bailarinas infantis. Essas meninas fazem parte das oficinas gratuitas de balé promovidas pela Fundação Cultural de Camboriú, onde Julia atualmente é professora.
A artista, que dança desde 2013, já participou de diversos festivais e soma anos de experiência com dança infantil. No musical, além de coreografar, também atuou nos bastidores com montagem de cenas e apoio à direção.

Suelen reforça:
“Foi muito bom trabalhar com a Júlia. A gente já se conhece há muito tempo, já trabalhou juntas antes, e nosso jeito de pensar é muito parecido. Mesmo atuando em áreas diferentes, no final é um espetáculo só. A gente se complementava. Quando eu precisava de ajuda na cena, ela tava lá. Quando ela precisava na coreografia, eu ajudava.”
Protagonismo feminino e local
O espetáculo chama atenção pelo protagonismo das duas artistas à frente da montagem. Para o presidente da Fundação Cultural de Camboriú, Felipe Ponte, isso representa muito:
“Eu também sou artista de teatro, circo e música. Ver meninas, mulheres, tomando a frente de um espetáculo assim mostra a força, a inteligência, esse olhar feminino. É importante que produtoras culturais se levantem e tenham visibilidade pra cidade e pra região.”
Suelen também comenta:
“Me deixa muito feliz termos duas mulheres na frente do projeto, ainda mais sendo jovens e amigas. Conheço a Yuki há muitos anos e fiquei muito feliz que ela topou essa loucura comigo. No começo foi meio difícil convencer, era muita coisa. Mas quem é das artes adora essa loucura, né?”
Mais do que um espetáculo
O projeto foi viabilizado pela PNAB 2024 (Política Nacional Aldir Blanc), com apoio da Fundação Cultural de Camboriú. Para além da beleza estética e das mensagens que traz, o musical tem um impacto real na vida de quem participa e de quem assiste.
“Uma das coisas que mais me orgulha é ver que quem está envolvido no projeto tá gostando do que faz. Trabalhei com pessoas que fui conhecendo ao longo do processo e me apaixonei por cada uma. Foi um trabalho incrível.”
Suelen Jönck, diretora do musical
Ela também aponta um desafio importante:
“Criar arte não é fácil. Muitas vezes a gente paga pra trabalhar. E eu queria fugir disso. Era um dos objetivos do projeto: valorizar os artistas. Uma professora minha me disse que o recurso não deveria ir todo pra estrutura, mas pra quem tá no palco. E foi nisso que a gente focou.”
A Aliança dos Guardiões segue com novas apresentações nos próximos meses. E tanto Suelen quanto Julia Yuki seguem criando, mostrando que a arte feita em Camboriú tem raízes, asas e um futuro promissor.
A Aliança dos Guardiões segue em cartaz com novas apresentações já confirmadas em Camboriú e Balneário Camboriú. A estreia oficial será no dia 27 de junho, também no IFC, com sessão aberta ao público.
Depois disso, mais duas apresentações já estão confirmadas:
- 08 de agosto – Sessão fechada para alunos (IFC)
- 12 de outubro – Teatro Municipal Bruno Nitz, em Balneário Camboriú (aberta ao público)
Para acompanhar tudo sobre o espetáculo, siga o @aliancadosguardioes_musical e também o perfil da @culturacamboriu, que segue apoiando projetos que valorizam nossos talentos.
Mas Suelen e Julia Yuki não estão sozinhas nessa jornada. Ao lado delas, mais de 30 pessoas se envolveram na criação e realização de A Aliança dos Guardiões, entre elenco, equipe técnica, produção e as 15 bailarinas infantis. Um esforço coletivo que mostra que fazer arte por aqui é, sim, possível — quando há afeto, entrega e propósito no que se constrói.
Viva a cultura de Camboriú. Viva quem faz arte por amor, por urgência e por acreditar que ela muda tudo.