
O governo Fabrício Oliveira está chegando ao fim, e sua saída reflete muito do que foi sua gestão: caótica, centralizadora e marcada pela intolerância. Durante seus mandatos, Fabrício fez questão de ignorar o princípio do estado laico, governando com um viés religioso que excluía outras crenças e limitava a pluralidade. Sua rotina incluía encontros com pastores em seu gabinete, participação em cultos e discursos alinhados exclusivamente a lideranças evangélicas, relegando outras religiões a um papel secundário na cidade.
Agora, na reta final de sua gestão, Fabrício parece reforçar sua postura intransigente e mimada. Confirmou que não comparecerá à posse da prefeita eleita Juliana Pavan, marcada para as 17h do dia 1º de janeiro. Ele fará apenas a entrega simbólica da chave da cidade às 11h, deixando Balneário Camboriú sem prefeito por boa parte do dia.
Essa decisão é mais do que uma falta de educação: é um ato de desrespeito à democracia e ao momento de transição, tão importante para garantir a continuidade administrativa da cidade. Em vez de encerrar o mandato com dignidade, Fabrício escolhe virar as costas – o que, para muitos, simboliza o abandono que já vinha caracterizando seus últimos meses no cargo.
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O abandono administrativo
O clima de abandono na Prefeitura ficou evidente nos últimos meses, e, agora, nos últimos dias do ano, a situação só piorou. Informações apuradas pelo Café News indicam que cargos de chefia estão vagos, com muitos comissionados afastados de suas funções, deixando os servidores efetivos sobrecarregados para manter a cidade funcionando minimamente.
Entre os problemas mais alarmantes estão as tentativas de roubo em bens públicos, como na academia do Pontal e no estádio, refletindo a precariedade na segurança e o desinteresse em proteger o patrimônio da cidade.
Além disso, há menções de contratos acumulados e salários de profissionais ainda pendentes, especialmente na área esportiva. A transição administrativa tem sido marcada pela desordem, com relatos de funcionários sem direcionamento claro, processos estagnados e um futuro governo que já terá que lidar com uma verdadeira herança de problemas logo nos primeiros dias.
Embora esses relatos reflitam um cenário preocupante, é importante destacar que são baseados em denúncias e informações de bastidores e ainda carecem de uma apuração mais detalhada. O que se percebe, no entanto, é uma transição longe de ser ideal para quem assume o comando de uma cidade como Balneário Camboriú.
Intolerância religiosa e o desrespeito ao estado laico
Ao longo de seus mandatos, Fabrício não escondeu sua preferência religiosa. Suas decisões e posicionamentos privilegiaram o público evangélico, ignorando o dever do estado de respeitar todas as crenças de forma igualitária. Seus encontros semanais com pastores e sua constante presença em eventos religiosos eram marcas de uma gestão que desconsiderava a pluralidade da cidade.
A falta de diálogo com outras religiões e a exclusão de vozes diferentes tornaram-se uma marca registrada de sua administração. Para muitos, Fabrício mais parecia um “prefeito-pastor” do que um líder político comprometido com toda a população. Agora, ao se despedir, ele reforça esse perfil ao ignorar a cerimônia democrática de posse de sua sucessora.
A cidade sem prefeito (literalmente)
No dia 1º de janeiro, Balneário Camboriú ficará sem prefeito por várias horas. Enquanto Fabrício entrega a chave da cidade às 11h e vira as costas, Juliana Pavan só assumirá oficialmente às 17h, em sessão solene na Câmara de Vereadores. Esse “vácuo” administrativo é um reflexo perfeito do vazio que muitos enxergam como o legado de Fabrício: desorganização, abandono e desrespeito ao estado laico.
Se Juliana conseguirá arrumar a casa, só o tempo dirá. Por enquanto, a única certeza é que Fabrício sairá como começou: polêmico, intransigente e sem disposição para dialogar.
Nota do autor: As informações descritas nesta matéria foram apuradas pelo Café News com base em relatos e denúncias recebidas pela nossa redação, além de análises e apurações de bastidores que refletem o atual cenário administrativo da cidade. Nosso objetivo é trazer à luz questões relevantes e de interesse público, promovendo o debate e a transparência.