
O jantar que deu o que falar
Um encontro entre membros da alta magistratura catarinense e o polêmico empresário Luciano Hang, dono da Havan, não passou despercebido. Realizado em 16 de dezembro, durante a reinauguração da histórica Casa Renaux, em Brusque (SC), o evento colocou juízes e desembargadores sob os holofotes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Hang, conhecido pelo alto volume de litígios, inclusive com a imprensa independente, tem processos correndo no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), onde muitos dos presentes atuam.
Investigação em andamento
A abertura da investigação preliminar foi confirmada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques. Entre os desembargadores identificados no jantar, dois já decidiram favoravelmente a Hang em um caso de 2021: Saul Steil e Jairo Fernandes Gonçalves. Haidée Grin, também presente, atualmente relata um recurso envolvendo o empresário.
Embora não seja ilegal participar de tais eventos, a situação foi considerada “no mínimo inconveniente” por fontes do judiciário. A participação de magistrados em eventos promovidos por partes com processos em andamento pode levantar dúvidas sobre a imparcialidade do sistema judicial. Caso a imparcialidade dos envolvidos seja comprometida, as consequências podem incluir a aposentadoria compulsória dos magistrados.
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O que disseram as partes
Em nota, o TJSC afirmou que não comenta sobre participação de magistrados em eventos fora do âmbito institucional, ressaltando que “o princípio da independência funcional garante aos magistrados autonomia e imparcialidade no exercício de suas funções”.
Luciano Hang, por sua vez, defendeu o jantar, classificando-o como uma celebração pela restauração de um marco histórico. “A Casa Renaux, com 115 anos, estava destruída. A obra resgata a história de Brusque e do estado”, afirmou por meio de sua assessoria.
A repercussão e o que vem por aí
Além da investigação formal, o jantar gerou desconforto até mesmo dentro do Judiciário, segundo fontes ouvidas pelo portal Desacato. Ainda que legal, a presença de figuras do Judiciário em eventos desse tipo pode impactar a imagem de neutralidade da instituição.
Entre os participantes confirmados no evento estão Stephan Klaus Radloff, Saul Steil, Leandro Passig Mendes (juiz), José Everaldo Silva, Túlio José Moura Pinheiro, Haidée Denise Grin, Ernani Guetten de Almeida, Gilberto Gomes de Oliveira, André Carvalho e Jairo Fernandes Gonçalves. O portal Desacato reforça estar aberto para manifestações de qualquer um dos mencionados.
Reflexões na mesa de café
Seja como um ato de gentileza ou uma reunião que levanta suspeitas, a situação reacende o debate sobre a transparência e a ética no Judiciário. Você acha que jantares como esse são apenas coincidências ou um convite para a desconfiança?
As informações são do Portal Desacato e Info Money.