Itajaí forma jovens bailarinos com projeto técnico gratuito

Plié, alongamento, pausa, concentração. Os dias dos 25 jovens selecionados para o projeto Corpo de Baile de Itajaí agora seguem esse ritmo. Desde 1º de abril, eles mergulham em uma rotina de formação técnica profissional gratuita que vai muito além da dança. São quatro horas diárias, de segunda a sexta, no Hama Espaço Artístico, onde os corpos treinam e as mentes absorvem conteúdos fundamentais para a vida no palco.

A proposta é intensa, com 800 horas de atividades até dezembro, entre aulas, workshops, audições e apresentações. O foco principal é o ballet cubano, mas o programa também inclui dança contemporânea, jazz, história da arte, teoria da dança, musicalização e até anatomia. Tudo para formar artistas completos, prontos para o mercado profissional da dança.

Arte como projeto de vida

Mesmo com experiência prévia, os jovens entram em um novo patamar de exigência física e intelectual. A diretora geral, Hantiêla Salerno, destaca que o início é de adaptação.

“Sabemos que é puxado, mas isso já mostra a realidade do que enfrentarão como profissionais. É um começo importante para ajustar a rotina e o preparo físico.”

Aos 12 anos, Lívia Moraes já sonha alto. Estuda de manhã, dança à tarde e planeja um futuro no exterior.

“É puxado, sim, mas estou feliz. Tenho certeza que vai valer a pena. O projeto é completo e me ajuda a chegar mais perto do meu sonho.”

Já Luiza Emanueli, de 16 anos, superou o receio de encontrar um ambiente competitivo. Encontrou parceria.

“Achei que ia rolar competição, mas tem muita troca entre a gente. Todo mundo quer crescer junto.”

Formação com apoio público e privado

O projeto é uma realização do Hama Espaço Artístico por meio do Programa de Incentivo à Cultura (PIC), com apoio da Fundação Catarinense de Cultura e patrocínio da Havan e Usimetal. A proposta une formação técnica e transformação social, reforçando a dança como caminho real para o futuro de adolescentes e jovens.