Birra Made in Trump

Trump pune Moraes, que ignora e segue ileso

Visto vencido, zero conta bancária e nenhuma viagem aos EUA: pra Alexandre de Moraes, nada muda

Redação Café News 30 de julho de 2025

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O nome do ministro Alexandre de Moraes, do STF, apareceu nesta terça (30) entre os alvos de uma nova leva de sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, sob comando de Donald Trump. A medida cita supostas violações de direitos humanos e se baseia na chamada Lei Magnitsky, que permite ao país barrar estrangeiros considerados ameaças à democracia e à liberdade.

☕ Café fresquinho chegando no seu WhatsApp
Receba cafés fresquinhos de informação — notícias leves, rápidas e sempre quentinhas.
Entrar no grupo

A decisão, porém, tem impacto praticamente nulo. Moraes não tem conta, nem bens nos EUA e está com o visto vencido há dois anos, segundo apuração do UOL com fontes próximas ao ministro. Ou seja: foi punido com restrições que não o atingem de forma prática.

Mesmo que quisesse, Moraes não poderia entrar nos Estados Unidos hoje. Seu visto está vencido desde 2023, e ele não tem o hábito de viajar para o país, segundo pessoas próximas. A presença internacional dele costuma ser concentrada em eventos jurídicos na Europa. Ou seja, não há movimentação financeira, diplomática ou institucional que dependa dos EUA.

A sanção foi anunciada como um gesto duro de política externa, mas na prática, é só um recado político. Moraes não foi notificado formalmente, e a inclusão do nome dele na lista serve mais para alimentar o discurso internacional do trumpismo do que para gerar qualquer consequência objetiva.

A Lei Magnitsky permite que o governo dos EUA sancione pessoas envolvidas em repressão ou ataques à democracia. A nova lista de alvos inclui autoridades de diferentes países, e Moraes foi incluído pela sua atuação contra golpistas no Brasil, especialmente após os atos de 8 de janeiro.

A inclusão ocorre em meio à reaproximação de Donald Trump com setores da extrema direita brasileira, que tratam o STF como inimigo. Moraes virou alvo preferencial por causa das decisões duras contra a desinformação, milícias digitais e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.

Especialistas veem a ação como um gesto de conveniência política. Com as eleições americanas se aproximando, Trump busca consolidar apoio em nichos radicais, inclusive entre aliados internacionais. Mirar em Moraes reforça a narrativa de “defesa da liberdade” usada por populistas de direita.

No Brasil, a medida também acaba servindo de carne nova para discursos conspiratórios, que tentam transformar Moraes num “inimigo global do conservadorismo”.

Na prática, nada muda na vida de Alexandre de Moraes. Ele segue no STF, com mandato e prestígio intactos. Não tem negócios nos EUA, não frequenta o país e nem havia previsão de agenda internacional com destino para lá.

A sanção, no fim das contas, serve apenas como símbolo, e como munição para palanques de todos os lados.

A movimentação dos EUA levantou a dúvida: outros ministros do STF ou autoridades brasileiras podem ser incluídos? Não há indicação oficial, mas o gesto de Trump parece mais midiático do que institucional. Por enquanto, o jogo é de cena, mas o script pode crescer.