Transição de Juliana Pavan aponta caos na gestão Fabrício
Comissão revela desleixo com dinheiro público, saúde sucateada e alerta para desafios críticos em Balneário Camboriú.
A prefeita eleita Juliana Pavan e sua equipe de transição não economizaram palavras ao detalhar o estado caótico deixado pela gestão de Fabrício Oliveira. Na coletiva de imprensa desta quarta-feira (18), as revelações chocaram até os mais atentos: documentos da saúde jogados às traças, prédios públicos em ruínas, crise hídrica iminente, e uma lista extensa de problemas em praticamente todas as áreas do município.
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Entre os absurdos apresentados, Jade Ribeiro, líder da comissão da saúde, exibiu fotos de documentos largados em prédios abandonados. Um desses espaços, a antiga Secretaria de Segurança, custa R$ 25 mil por mês de aluguel à prefeitura, mesmo sem uso.
Já a sede da prefeitura e a Casa Linhares (subprefeitura no Bairro da Barra) foram apontadas como um retrato da falta de manutenção, com risco até de paredes desabarem.
Auri Pavoni, futuro diretor da Emasa, alertou para uma crise de abastecimento de água entre os dias 28 de dezembro e 5 de janeiro, pedindo economia imediata. Ele também revelou que, nos últimos três anos, Balneário Camboriú perdeu a capacidade de tratar esgoto adequadamente, deixando a praia imprópria para banho.
Evaldo Hoffmann, futuro secretário de Segurança, expôs o colapso no efetivo da Polícia Militar, com uma redução de mais de 30%. Ele prometeu mudanças na escala da Guarda Municipal, triplicando viaturas em horários de maior movimento, especialmente à noite.
A saúde pública foi descrita como um campo minado. Jade Ribeiro relatou superlotação no Hospital Ruth Cardoso e uma fila de 1.900 pessoas aguardando atendimento psicológico no CAPS. Enquanto isso, agentes de combate à dengue, essenciais para o enfrentamento de um surto iminente, sequer foram contratados.
Maria Ester Menegasso, futura secretária de Educação, destacou a precariedade das escolas municipais, com goteiras e estruturas caindo. A licitação de uniformes escolares foi atrasada, mas há peças guardadas que serão distribuídas como solução emergencial.
Com um déficit de R$ 500 milhões na previdência municipal (BC Previ) e contratos vencidos ou sonegados, a futura equipe de administração, liderada por Ary Souza, se depara com indícios de descarte irregular de alimentos e medicamentos.
A emblemática Passarela da Barra precisa de reparos urgentes, pois está balançando e pode ser interditada. Além disso, o município enfrenta risco de multas pesadas por falta de alvará do Patrimônio da União.
Apesar dos problemas, Juliana Pavan demonstrou otimismo e prometeu resultados rápidos, priorizando eficiência e agilidade. O plano é reorganizar o município com medidas de impacto já nos primeiros 180 dias de governo.